ANA lança publicação para acompanhar metas de água e saneamento até 2030

 
 
A Agência Nacional de Águas (ANA) lançou neste Dia Mundial da Água, 22 de março, o relatório ODS 6 no Brasil - Visão da ANA sobre os indicadores, levantamento que monitora o nível de cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável nº 6 (ODS 6), estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todas as pessoas.

São oito as metas dentro do ODS 6, compiladas em um trabalho inédito feito pela ANAcom dados de entidades parceiras. A base de informações da Agência sobre água e saneamento no Brasil permitiu o cálculo dos indicadores do ODS 6, incluindo a série histórica dos resultados, os diferentes níveis de desagregação espacial, críticas e sugestões de aprimoramentos metodológicos e, ainda, a comparação do Brasil com outros países e regiões do mundo.

Os dados também estão disponíveis em um painel interativo, que permite ver a série histórica e o resultado por estado ou região hidrográfica. Entre os pontos analisados pela publicação estão os cenários de disponibilidade dos recursos hídricos, as demandas e usos da água para as atividades humanas, as ações de conservação dos ecossistemas aquáticos, redução de desperdícios e acesso ao abastecimento de água, esgotamento sanitário e tratamento de esgotos.

Veja os principais resultados:

  • No Brasil, observou-se que, de 2007 a 2015, o déficit de abastecimento diminuiu (de 8,1% da população para 4,2%). Porém, a distribuição do déficit dentre as faixas de renda continua a mesma, sendo que em média 40% da população não atendidacorrespondia à faixa de renda de até 1 salário mínimo. Do universo de população com acesso à rede pública (de abastecimento de água) em 2017, somente 86,7% dos domicílios tinham água diariamente;
  • Em 2016, cerca de 50% dos esgotos gerados pela população urbana e rural eram tratados no Brasil, em sistemas coletivos e em fossas sépticas, com uma evolução percentual positiva de 6,8% desde 2013;
  • Evolução de 7 pontos percentuais da proporção da população brasileira que utilizava serviços de esgotamento sanitário geridos de forma segura entre 2011 e 2016. Esta evolução representa um quantitativo de 21,9 milhões de pessoas que passaram a contar com esgotamento sanitário nos últimos seis anos;
  • Na bacia hidrográfica do rio São Francisco houve redução de 11,1% na extensão dos ecossistemas aquáticos em 2015 em relação ao ano 2000, evidenciando a redução dos espelhos d’água dos grandes reservatórios para geração de energia hidrelétrica existentes na bacia durante a crise hídrica. Devido à crise hídrica, a redução na quantidade de água, aferida pelo Indicador 6.6.1, também foi expressiva na Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental, alcançando em 2015 o percentual de 36%;
  • A grande disponibilidade hídrica do Brasil resulta em estresse hídrico muito inferior ao de várias regiões do mundo e mesmo ao da média global em 2015 (12,8%). O valor para o Brasil, de 1,6%, não reflete as especificidades de todas as regiões do País. As bacias mais críticas estão na Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental, inserida no Semiárido brasileiro;
  • Em 2016, a gestão integrada de recursos hídricos alcançou no Brasil cerca de 54 pontos, segundo a classificação adotada pela ONU, com evolução de 22% desde 2010. Esta classificação significa um grau médio de implementação da política de recursos hídricos no País em comparação com o resto do mundo.

O relatório foi elaborado seguindo metodologia discutida com agências da ONU e contou com a revisão de diversas instituições parceiras. Foram preparadas fichas metodológicas com passo a passo de como foi aplicada a metodologia da Organização das Nações Unidas para calcular cada meta, permitindo a replicação dessa metodologia.

Acesse a íntegra do documento e navegue no painel ODS 6 - Água Limpa e Saneamento, também disponível na versão em inglês.

 

Da ANA (22/03/2019)