IBGE reúne agências internacionais por apoio na formação de indicadores

Assessor técnico permanente da Comissão Nacional para os ODS, o IBGE organizou esta semana (14), no Rio de Janeiro (RJ), um encontro com 11 representantes de agências internacionais que atuam no Brasil, como a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e a ONU Mulheres. Na ocasião, que também contou com técnicos do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), foram apresentadas as atividades relativas à produção dos indicadores globais para o país e identificadas formas de colaboração com esses organismos.

“O projeto da Agenda 2030 é muito abrangente, e desde 2015 temos discussões para elaboração dos indicadores globais no âmbito da ONU. O foco do IBGE é avaliar a viabilidade das metas, se são calculáveis. Este encontro marca uma etapa para construirmos essa relação com as agências e sabermos suas expectativas”, disse o presidente do IBGE, Roberto Olinto Ramos, que fez a abertura do evento junto ao secretário executivo da Comissão Nacional para os ODS, Henrique Villa. Pelo IBGE, participaram os respectivos diretores de Pesquisas, Geociências e Informática, e os coordenadores responsáveis pela articulação dos indicadores de cada ODS.

Os representantes das agências internacionais conheceram a Plataforma Digital ODS, que será uma das ferramentas que contribuirão para a base da estrutura da Agenda 2030 no país. De acordo com Villa, ela será a plataforma do Estado brasileiro para o diálogo com a agenda internacional: “para que a Agenda seja do Brasil, a questão dos indicadores é fundamental, para sabermos como vamos medir nossa caminhada e prestarmos contas de quão próximos estamos das metas compromissadas”.

 

Representante da ONU Mulheres, Nadine Gasman, falou sobre a importância da desagregação dos dados

A representante da ONU Mulheres, Nadine Gasman, disse que a Agenda 2030 é um momento de transformação, e mesmo com o ODS 5, que busca a igualdade de gênero, há o empenho de transversalizar a perspectiva de gênero em toda a Agenda: “o princípio é que os indicadores ODS sejam desagregados sempre que possível, além de gênero, também por renda, cor, idade, etnia, status migratório e deficiência. Isso é importante se realmente quisermos desenvolver políticas públicas que não deixem ninguém para trás”, disse. Esse esforço para a obtenção de dados desagregados foi ressaltado por Villa, em particular em um país desigual e de tamanho continental como o Brasil.

As 11 agências que participaram atuam com as temáticas ambiental, social e econômica, todas as dimensões do desenvolvimento sustentável. A coordenadora dos ODS no IBGE, Denise Kronemberger, disse que faltava incorporar a participação das agências que atuam no país na discussão dos indicadores: “como elas têm conhecimento do nosso território, podem contribuir com ajustes metodológicos dos indicadores, tanto os globais quanto os nacionais, que ainda vamos iniciar”.

Imagens: Arquivo IBGE